Produtos considerados "imperfeitos" também são nutritivos. 11/jul/2015.
Infelizmente 1/3 de toda comida produzida no mundo é perdida ou desperdiçada nos processos de produção, transporte, armazenamento e consumo. Normalmente frutas e legumes “imperfeitos” são refugados pelo consumidor. Hortaliças com pequenos amassados, cascas sem brilho ou grossas ou, de tamanhos menores que o habitual é deixado de lado pelos consumidores e somados as toneladas de alimentos desperdiçados. Por isso alguns países adotam campanhas que estimulam o consumo de alimentos não simétricos.
O CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) realiza através do Banco CEAGESP de Alimentos (BCA) a doação destes alimentos refugados, porém ricos de nutrientes. No mês de maio foram doados um total de 96 toneladas de produtos a 93 entidades que atendem escolas, orfanatos, asilos e pessoas em situação de risco, como moradores de rua. Cerca de 160 instituições são atendidas ao longo de 1 ano através do BCA.
Em Portugal o Governo criou o Projeto Zero Desperdício que aproveita o máximo de alimentos que não chegam ao contato do público por serem considerados feios. Em 2012 mais de 1 milhão de refeições foram criadas com esses alimentos e entregues a famílias de bairros carentes do país.
Na França a rede de supermercados Intermaché criou a Fruits et Légumes Maches (Campanha Frutas e Legumes Feios) e decidiu vender 30% mais barato as frutas e legumes considerados imperfeitos, mas que são perfeitamente consumíveis e nutritivos. Sopas e bebidas também são feitos com esses alimentos e distribuídos aos clientes do supermercado. Segundo a Intermaché, nos primeiros dias de campanha, 1,2 toneladas desses alimentos foram vendidos.
Ações como as citadas são muito positivas, mas ainda existe o desperdício em muitos lugares. Resta torcer que este preconceito acabe e que todos os alimentos, independente se são bonitos, simétricos ou imperfeitos, passem a ser vistos com bons olhos pelos consumidores. E que os Governos criem campanhas de aproveitamento dos alimentos desperdiçados, pois de acordo com o Índice Global da Fome, de 2013, 56 países estão em situação grave ou muito grave por suas carências alimentícias.
Fonte: Revista Vegetariana