Brasil, 
03 de dezembro de 2024
Sorteados

Confira os ganhadores,
cadastre-se e
concorra a prêmios!
Indique este site para um amigo
Seu e-mail:

E-mail do seu amigo:

Ecobanner 1
A A
Onça Pintada

Onças-pintadas sobrevivem em árvores durante cheia na Amazônia. Essa nova descoberta só nos mostra que há muita informação de comportamento animal que desconhecemos. 15/jun/2014

          A cheia dos rios da Amazônia, que deixa submersa parte da floresta por ao menos três meses ao ano, altera o comportamento das onças-pintadas que vivem na região. Acostumadas ao seu habitat original, que é o chão, nos períodos de inundação esses animais passam a viver “nas alturas”, sobre árvores que têm entre 20 e 30 metros de altura, onde criam seus filhotes e se alimentam de macacos e preguiças, até que a inundação retroceda.
 
          A descoberta foi feita pelo pesquisador Emiliano Esterci Ramalho, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que é responsável pela administração de uma imensa área protegida no interior da Amazônia, localizada a 650 km de Manaus.
 
         Desde abril do ano passado, Ramalho observa esses felinos amazônicos e se surpreendeu com a capacidade de adaptação da espécie, considerada vulnerável na natureza, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
 
         Estima-se que 10 mil onças-pintadas vivam na Amazônia, 500 delas apenas no interior da reserva. A população caiu 10% nos últimos 27 anos, em razão da fragmentação do habitat e desmatamento, segundo um estudo recente.
 
Do buxixo à comprovação – O pesquisador acompanha oito onças-pintadas, quatro machos e quatro fêmeas, que receberam uma coleira com GPS.
 
         O foco inicial do trabalho era saber se os mamíferos saíam da área da reserva para locais secos. A região é considerada a única área de floresta exclusivamente de várzea.
 
         Após ouvir relatos de moradores que teriam visto as onças em cima das árvores nas áreas alagadas, ele resolveu investigar e comprovou a alteração.
 
         “É uma descoberta interessante, porque é um comportamento que não tinha sido descrito para um felino de grande porte como a onça-pintada. Não só ressalta a flexibilidade ecológica desse animal, como a importância de manter preservada as florestas de várzea da planície de inundação da Amazônia”, explica Emiliano. O material deve ser publicado em breve em uma revista científica.
 
  
 
Turismo sustentável – Entre abril e junho, os rios que integram a Reserva Mamirauá sobem cerca de dez metros devido ao ciclo da cheia amazônica. É neste período que as onças sobrevivem entre os galhos dos apuís, uma árvore cheia de ramificações, que formam uma trilha seca para que esses felinos continuem a caçar e criar seus filhotes enquanto não conseguem voltar para o chão.
 
         Por não se sentirem ameaçadas com a presença humana, o pesquisador conta que teve início na última semana um projeto de observação dessas onças. O objetivo é fomentar uma estratégia de conservação na reserva. O dinheiro arrecadado vai auxiliar a população ribeirinha e dará continuidade a pesquisas com esses carnívoros.
 
          Os primeiros turistas a realizarem a visitação foram um brasileiro, um inglês e dois alemães. Cada um desembolsou cerca de R$ 6 mil. A observação é feita de maneira silenciosa, em canoas, ao longo de três dos sete dias incluídos no pacote.
 
         “A ideia é realizar um turismo de baixo impacto. Vamos seguindo os animais com equipamento de telemetria, sem fazer barulho. O que for arrecadado vai nos ajudar a financiar estudos vinculados ao turismo”, explica Emiliano, doutor em ecologia e conservação.
 
Fonte: Ambiente Brasil
Newsletter
Digite seu e-mail: