Urubus Brasileiros.
Os urubus, aves da ordem Cathartiformes e da família Cathartidae, são aves de extrema importância na natureza por serem necrófagos, ou seja, são aves que se alimentam de animais já mortos. Eles são responsáveis pela eliminação de 95% das carcaças dispostas em um ecossistema, sendo a maioria delas de mamíferos.
No Brasil são conhecidas cinco espécies de urubus: O imponente urubu-rei (Sarcoramphus papa) e o urubu-da-mata (Cathartes melambrotus), que muito raramente são encontrados próximos das áreas urbanizadas, e o urubu-preto (Coragyps atratus), o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), e o urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus).
Urubu-rei Urubu-preto
Urubu-de-cabeça-amarela
Urubu-de-cabeça-vermelha
Apesar de sua importância e abundância, poucas pessoas conhecem seus hábitos, como o comportamento alimentar e a hierarquia respeitada por essas aves. Os urubus localizam a carcaça, normalmente, por possuírem um ótimo sentido de olfato, sendo muito mais desenvolvido no urubu-de-cabeça-vermelha e de-cabeça-amarela, estes localizam primeiro a carcaça e assim são seguidos pelas outras espécies.
Para que possam ter uma boa visão de para onde os urubus-de-cabeça-vermelha e de-cabeça-amarela estão voando, as outras espécies procuram atingir grandes altitudes aproveitando as correntes térmicas para planar, e muitas vezes somem de nossas vistas tornando-se um ponto minúsculo no céu.
Diferente das demais aves, os urubus não possuem penas em sua cabeça, isso pode ser explicado devido ao fato de se alimentarem de carniça, e essas penas poderiam ser um ponto de contaminação ao entrarem em contato com a carcaça, repleta de microorganismos prejudiciais a sua saúde. Há cientistas dedicados ao estudo do sistema imunológico destes animais para descobrir o segredo da resistência a infecções que parecem possuir.
Outro fato pouco conhecido sobre essas aves, é que existe uma clara organização na hora da alimentação. Esta “hierarquia” pode ser vista na maneira como as outras espécies de urubus se afastam da carcaça com a chegada do urubu-rei, e quando encontram uma pele muito resistente, somente ele é capaz de rasgar esta pele graças a seu bico mais forte que o das demais espécies.
Dependendo do tamanho da carcaça, esta poderá alimentar muitos urubus, podendo algumas vezes acontecer uma competição entre eles.
Com exceção do urubu-rei, que é afetado com ações do homem, tanto na destruição de seu habitat como na sua captura para tráfico, as demais espécies não possuem predadores naturais, aumentando sua população de acordo com o crescimento de lixo produzido pelo homem.
Bióloga Talita Tonioli Arantes
por Talita Arantes